André Diamant, grande mestre aos 17 anos, chama a atenção de celebridade e é convidado a aperfeiçoar suas habilidades em Universidade no Texas. O talento do Brasil no xadrez já ganha o mundo. O talento de André Diamant, que no ano passado se tornou um dos mais jovens grandes mestres da história, não passou despercebido por especialistas no exterior e, desde o mês passado, o jovem se mudou com a mulher e o filho para Lubbock, Texas. Vai estudar Economia além de defender a Texas Tech em competições universitárias. É mais uma mudança radical de vida para quem, apesar da juventude (tem 20 anos) já se acostumou a grandes desafios. Ainda criança, viu os pais se separarem, depois trocou São Paulo pela paradisíaca mas isolada Jericoacoara (CE), onde estudava via internet. Aos 17 anos voltou para São Paulo e, no ano seguinte, ao mesmo tempo em que ia mal na faculdade e tentava se adaptar à rotina de morar longe do pai para jogar xadrez pelo clube Hebraica, perdeu a mãe e teve de encarar as responsabilidades da gravidez precoce da namorada. Mesmo com tantas preocupações, conseguiu tornar-se grande mestre com a ajuda de muitos incentivadores, a maioria integrantes da comunidade judaica paulistana. Depois da conquista, a vida de André começou a tomar rumo. O pequeno Isaac nasceu e o relacionamento com a mãe do menino, Mara, que também joga xadrez, ia bem. A rotina de estudos, filho e competições, no entanto, foi sacudida por um convite irrecusável. "Fui jogar um torneio no Texas no ano passado. O pessoal de lá já me conhecia, de forma que me convidaram para jogar e estudar lá", conta André. Texas Tech é sede do Instituto para Excelência no Xadrez comandado por Susan Polgar. A ex-enxadrista, de origem húngara e naturalizada norte-americana, foi a primeira mulher a ganhar o título de grande mestre em uma competição regular e é considerada um dos grandes nomes do esporte. A oportunidade era ótima, mas para que tudo desse certo, era preciso superar alguns empecilhos. Para poder levar toda a família, André se casou com Mara, mas ainda havia o problema financeiro para providenciar toda a documentação para a mudança, além de casa e carro, itens obrigatórios no contrato com a universidade. Mesmo contando com o patrocínio da Hebraica e do Banco Rendimento, era impossível dar conta de todas as despesas. Mais uma vez, ele pôde contar com o apoio do físico e intelectual José Luiz Goldfarb, um verdadeiro anjo na vida do enxadrista. "Por favor, não esquece de falar do José Luiz Goldfarb porque os norte-americanos me convidaram, mas quem viabilizou tudo foi ele", conta. Segundo André, o físico não só ajudou a providenciar a cara documentação como também assumiu a responsabilidade de ser fiador. Assim, André viajou com bolsa total para os Estados Unidos e Mara com bolsa parcial. Ambos vão jogar xadrez. "Aqui teremos muitos torneios." O primeiro foi a Olimpíada Mundial de Xadrez, disputada na Rússia, semana passada. André ajudou o Brasil a ficar em 17º lugar, posição honrosa entre as 149 equipes. Nos Estados Unidos, a vida é boa, mas dura. "O lado bom é a segurança. Não tem cerca nas casas." O dia de André é tomado pelo desafio de aprender inglês, se adaptar à rotina doméstica (só passou a morar sozinho com Mara e Isaac no Texas), estudar, treinar xadrez e viajar. "A maior preocupação era com a adaptação do Isaac na creche, mas está tudo bem com ele." O menino, de dois anos, já aprendeu as primeiras palavras em inglês. "Ele já sabe dizer bottle para pedir a mamadeira." O pai sofreu mais com a dificuldade no idioma. "Outro dia errei o lugar da aula e fui parar em um prédio duas milhas distante do local certo", se diverte. "Pela Mara a gente não volta não." Fonte da matéria acesse abaixo:
domingo, 10 de outubro de 2010
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