Conforme informação do site da Confederação Brasileira de Xadrez, o Rio de Janeiro sediará os Campeonatos Mundiais de 08 a 18 anos em 2011. A decisão foi tomada por unanimidade no 80º Congresso da FIDE, realizado entre os dias 12 e 17 deste mês em Halkidiki, na Grécia. Esta é mais uma importante conquista para o esporte brasileiro, e para o xadrez. Com os olhos da comunidade internacional voltados para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, a responsabilidade para os organizadores deste Mundial de 2011 é maior. Local de jogos, segurança, transporte, rede hoteleira e alimentação de primeira qualidade são a ordem do dia. No entanto, esses são problemas materiais de fácil resolução (com o devido apoio financeiro, é claro). Minha preocupação maior é com a participação de nossos representantes e jovens talentos. Se por um lado é muito bom ter um Mundial realizado no Brasil, por outro lado todo esse esforço pode ser desperdiçado se não for feito um bom trabalho de base e de alto rendimento nesses dois anos. Na década de 1990 o Brasil sediou vários Mundiais e Panamericanos, mas naquela época tínhamos atletas de alto nível e que eram favoritos nos Panamericanos e até mesmo em Mundiais. Basta lembrar alguns nomes como Tatiana Duarte, Roberto Watanabe, Rafael Leitão, Giovanni Vescovi, Igor Steinhoff, Tatiana Ratcu, Marina Ramos, Cássio Faria, Rodrigo Fernandez. Vale lembrar que o Rafael não venceu o Mundial sub 16 de 95 por pouco, e em 94 eu também deixei escapar o Mundial Juvenil (sub 20) e acabei ficando com o bronze. Hoje a realidade é diferente, e os grandes favoritos nos Panamericanos são os peruanos, venezuelanos, norte-americanos e argentinos. Se mal conseguimos uma ou outra medalha no Pan, no Mundial nossa participação é ainda mais modesta. Para ilustrar melhor o pensamento, em 2006 estive na China como representante da equipe do resto do mundo no desafio contra a equipe chinesa masculina, que era a vice-campeã olímmpica. Na ocasião lembro que comentavam a possibilidade de a China sediar a Olimpíada de xadrez, e a resposta dos dirigentes foi: “Nós ainda não somos os melhores”. Embora haja um certo exagero nesta posição, mostra a preocupação em fazer um trabalho completo, como nos Jogos Olímpicos de Pequim. Nós, brasileiros, somos mais flexíveis: nem tanto trabalho... mas nem tanta festa!
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário