
Roberto explica que os objetivos do ’’Eu Jogo Xadrez’’ são desenvolver a criatividade e imaginação das crianças, além de elevar a auto-estima dos meninos e meninas e estimular o pensamento lógico, a autoconsciência e fluidez de raciocínio. Com tudo isso em prática, os garotos de Roberto fizeram a Escola Mário Covas ser duas vezes campeã de etapas do Circuito Santista de Xadrez Escolar, trouxeram à entidade cerca de 60 medalhas e 15 troféus só no ano passado e transformaram a vida de um menino, Guilherme Araújo, campeão brasileiro de xadrez escolar em 2008.
“Sempre gostei de xadrez e soube por um sobrinho que a Escola Mário Covas tinha um projeto envolvendo o esporte. Procurei o professor Clayton e disse que gostaria de ajudá-lo. Desde 2007 nunca mais se desfez essa parceria. Felizmente, a demanda vem aumentando e passamos a aproveitar os alunos mais experientes na monitoria de quem está querendo aprender. Damos aulas gratuitas de xadrez para crianças de 6 a 15 anos, sempre aos sábados, das 10 às 11h30. Conseguimos até trazer um torneio para a área continental de São Vicente”.
A empolgação deste portuário que trabalha diariamente em Cubatão se justifica. No ano passado, ele conseguiu levar cinco alunos do projeto ’’Eu Jogo Xadrez’’ para a cidade de Poços de Caldas, em Minas Gerais. E apesar dos parcos recursos, um dos meninos, Guilherme Araújo, conquistou o título brasileiro entre os alunos de 1ª série de todo o País. Para os que não entendem a graça do xadrez nem mesmo conseguem considerar a prática como um esporte, o portuário carrega na ponta da língua as explicações.
“O xadrez é mais que um esporte e seus amantes sabem que não estou mentindo. Tem gente que acha que só os chamados nerds têm paciência para o tabuleiro e o desenvolvimento do nosso projeto em uma região periférica de São Vicente derruba com classe este mito. A escola é o melhor polo para a difusão do xadrez e por meio dela outros tabus serão quebrados. Sabemos que, no Brasil, somente o futebol é valorizado. Mas a evolução que nossos alunos tiveram nos últimos meses foi fantástica. O esporte desenvolve estratégia e disciplina. É uma grande terapia”.
Crianças e adolescentes comemoram a oportunidade de aprender xadrez e mostram os títulos que já conquistaram

“É difícil até comentar, mas mesmo sem remuneração alguma, o prazer de ensinar xadrez é inquestionável. Ver nos olhos daquelas crianças a felicidade por se sentirem capazes de enfrentar os obstáculos de igual para igual com os demais me enche de orgulho. Nos torneios enfrentamos alunos de escolas particulares ou, ainda, filhos de mestres e mesmo assim a competição é em alto nível. Fazemos rifas para ir e vir das competições, as dificuldades são muitas, porém propiciar alegria às crianças não tem preço e agradeço a Deus por fazer parte disso”.
Quem quiser ajudar Roberto e Clayton pode doar tabuleiros e jogos. Muitas vezes eles não têm equipamentos básicos para os treinos, como relógios nas mesas. As ajudas podem ser feitas por meio dos telefones (13) 9707-4811 e (13) 3566-1636, ambos de Roberto, e (13) 9736-4553, de Clayton.
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