
Na década de setenta, já em São Paulo, eu freqüentava o Bridge Clube Paulistano e conheci a Marcelo Kiss, um húngaro vindo chegado nos primórdios do século XX e que era o árbitro oficial (de bridge) daquela agradável entidade, então sediado na Praça da República. Contou-me que havia jogado xadrez e sempre vinha perguntar, com visível curiosidade e alegria, como eu me havia saído nos torneios. De novo, a minha ignorância, bloqueou as minhas perguntas. Mal sabia eu que ele, junto com Luiz Vianna, havia editado a primeira revista brasileira de xadrez, em 1925. Foi também representante do Brasil no primeiro Campeonato Sul-Americano, realizado no ano de 1927, em Montevidéu.
Este meu misto de confissão e desabafo é para ilustrar como, às vezes, estamos junto às fontes e não sabemos explorá-las. Como me arrependo de nunca haver uma pergunta útil a estes dois arquivos vivos (naturalmente existiram outros...) do xadrez brasileiro.
Aí entra Waldemar Costa. Acompanhado de um indefectível caderninho de notas, sempre está visitando, escrevendo, pesquisando, perguntando. Desde a coluna diária de xadrez no Jornal dos Sports (Rio de Janeiro), a edição da revista Caissa, o jornal Xadrez Expresso e culminando com Epopéia do Campeonato Brasileiro de Xadrez, Waldemar fez e faz um trabalho de formiga na reconstrução da história. Recolhendo os cacos e adicionando uma informação aqui e outra acolá, conseguiu produzir o mais importante, rico e confiável documento histórico a sobre o xadrez brasileiro.
O lançamento do livro será durante a fase final do Campeonato Brasileiro 2009, em Americana (SP) de 2 a 11 de dezembro de 2009.
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