quarta-feira, 17 de junho de 2009

452 - A PARTIDA DE XADREZ (1943)

Arte e Pintura: Maria Helena e Arpad logo depois de casados fazem uma longa viagem e vão à Hungria e à Transilvânia. A artista se encanta com a paisagem, a arquitetura e com os espaços livres. Volta para Paris, retoma seus estudos e com o marido participa das reuniões de um grupo conhecido como “Os Amigos do Mundo”, quando debatem idéias, divagam, falam de arte, de suas vidas, de política.
A pintora abraça a arte abstrata, que não mais abandonará. “Mais do que o que se vê, é como se vê”. O casal trabalha sem parar.
Vai a Portugal por um tempo, ela está doente, precisa repousar, o clima de sua terra natal e a companhia de sua mãe, são uma bênção. Mas volta a Paris, lá está o mundo artístico que alimenta a alma do casal.
Hitler, no entanto, não está preocupado com as Artes. Seus propósitos são outros: invade a Polônia. Maria Helena e Arpad logo se dão conta que devem voltar para Portugal. Eles talvez não tenham se apercebido que a balança de Salazar pendia mais para o lado dos nazistas que para o lado dos aliados. Como ao casar com um húngaro abrira mão da cidadania portuguesa – tristes tempos – ela requer um passaporte de cidadã natural de Portugal. Mas o governo português recusa: casada com um húngaro? Com certeza um comunista? Não e não.
Até um quadro que pintara, sob encomenda, para a exposição O Mundo Português, é recusado. O casal resolve que o melhor é partir para longe.
E vêm para o Rio de Janeiro. Aqui, para se sustentar, ele dá aulas de pintura e pinta retratos, sob encomenda. Ela pinta azulejos e porcelana. Fazem amigos, dentre eles Murilo Mendes e Cecília Meirelles.
As notícias da Europa são assustadoras, terríveis. Aqui no Rio Maria Helena pinta um de seus mais conceituados quadros, A Partida de Xadrez, óleo sobre tela e traços de carvão, 81x100cm.
Acervo: Museu Nacional de Arte Moderna, Paris
Fonte: www.vidaslusofonas.pt/vieira_da_silva.htm

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