sexta-feira, 25 de setembro de 2009

667 - VITÓRIA CONVINCENTE DE KASPAROV SOBRE KARPOV.

Garry Kasparov venceu de forma demolidora Anatoli Karpov, por 9-3, no encontrocomemorativo dos 25 anos do primeiro dos cinco duelos que ambos travaram pelo cetro máximo de xadrez. Karpov havia revelado dificuldades de adaptação ao ritmo de jogo durante as quatro partidas semi-rápidas, em que perdeu duas partidas por tempo e sofreu outra derrota por erros cometidos quando o tempo de reflexão já era escasso. A centelha da genialidade continua presente, como foi demonstrado na terceira partida, em que venceu categoricamente Kasparov, mas a frescura da juventude, aos 58 anos, desapareceu e a capacidade de encontrar o caminho correto tornou-se mais morosa.Se esta dificuldade surgia em partidas de 25 minutos, foi ainda mais evidente na modalidade de rápidas, com apenas cinco minutos para a totalidade da partida. Karpov até pareceu ter ultrapassado essa dificuldade quando venceu a primeira partida numa luta frenética contra a queda da bandeira, continuando com a prestação positiva na segunda, em que empatou.Mas a partir daí foi o descalabro, com cinco derrotas consecutivas. Na terceira foram os problemas de tempo que ditaram a derrota, depois de se ter atingido um final equilibrado, situação idêntica à ocorrida nas duas partidas seguintes.Na tentativa de inverter o rumo dos acontecimentos, Karpov decidiu-se por uma aproximação diferente, deixando o seu estilo habitual, tranqüilo e posicional, para procurar as complicações e o ataque direto ao rei. Pior foi a emenda que o soneto, pois a “tarefa” que levou foi monumental, com o seu rei a realizar uma longa fuga até ao inevitável mate.Depois da experiência falhada regressou à abordagem estratégica do jogo, mas voltou a ser incapaz de resistir à maior frescura de um Kasparov que nem parecia estar ausente da prática magistral desde 2005, tal o elevadíssimo nível que apresentou.Pela prestação realizada em Valência, não há dúvida que se pode perguntar se Kasparov, aos 46 anos, não poderia ainda hoje lutar pelo título mundial, que atualmente pertence ao indiano Viswanathan Anand. O russo, no entanto, já disse que não pensa voltar à alta competição.

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