Não me recordo ao certo, mas faz alguns anos, talvez uns 20, que conheci o jogo de xadrez e logo fiquei encantado por sua complexidade, suas inúmeras possibilidades, o desafio, quando diante de um oponente, muitas das vezes, querendo até mesmo nos humilhar, provar que é mais inteligente, ou coisa semelhante, e isso sempre me deixa alucinado. O desafio! Acho que foi justamente isso que me fez interessar-me muito mais pela “Arte de Caissa”, a possibilidade de tentar me superar, conseguir neutralizar a estratégia escolhida pelo meu oponente e fazer prevalecer a minha, rs Isso não é fascinante? Quanta vezes numa partida faltou-me até mesmo uma parte da respiração, pois em alguns momentos, aqueles mais apurados pela pressão imposta pelo oponente, consegui no máximo respirar pela metade, rs, e quando era superado, podia ver no semblante do enxadrista do outro lado do tabuleiro, aquele ar de superioridade, as vezes até de ironia, como se quisesse me provar que era muito melhor.Uma vez resolvi estudar um pouco e tentar sair daquelas derrotas sempre para os mesmos “caras”, rs, mas não tinha idéia de como fazer tal coisa, mas acabei comprando uns livros num sebo no centro da cidade, e comecei a estudar, embora muito superficialmente, mas de uma maneira ou de outra, acabei melhorando, e também com a seqüência de partidas amistosas entre alguns poucos amigos que faziam parte deste seleto grupo de enxadristas (nem sabia que éramos) aqui próximo onde moro, nem mesmo o relógio, conhecíamos, estávamos mesmo preocupados apenas em jogar, se possível vencer todas e sair depois que terminasse, se possível com a sensação de achar que era bom no xadrez. Nunca me passou pela cabeça que existisse um mundo tão fascinante, e tão pouco, que pudesse ter acesso a esse mundo, aonde o xadrez vai muito alem de um simples jogo, onde se tenta provar superioridade. Mas o xadrez precisa ser explorado como uma poderosa ferramenta de ajuda as pessoas, e em diversas áreas, faixas etárias e seguimentos da nossa sociedade, hoje tenho plena consciência disso, ainda mais quando comecei a fazer pesquisas pela Internet, vejo nos paises que tem muito mais tradição no xadrez do que o nosso, o que esta acontecendo no cenário enxadristico mundial, paises se mobilizando em prol da expansão do xadrez, quer nas escolas, quer nas empresas, quer nos lugares públicos, ou seja, existe um interesse em fazer do xadrez um poderoso aliado em diversas situações, na vida cotidiana, em muitas cidades e paises isso já acontece á muitos anos, sendo inclusive uma tradição a ser seguida.
Devido às necessidades que a vida nos impõe, acabei me afastando desta “cachaça” por uns anos, pois envolvido demais com trabalho, família, tantas coisas a fazer, e o tempo curto para realizar tudo, não sobravam tempo para jogar simplesmente uma partidinha com os amigos que agora também estavam seguindo outros objetivos, igual a mim, buscando outros interesses e necessidades, mas ficava em mente um dia poder voltar a beber dessa “bebida embriagante” que nos faz esquecer de tudo quando estamos diante do tabuleiro de xadrez, quer jogando “um pensado”, quer analisando, quer jogando um pingue, ou até mesmo tentando conhecer um pouco mais das inúmeras variantes de uma abertura “X” escolhida, para se aprimorar e tentar surpreender o próximo adversário, às vezes até esquecemos de retornar para casa, rs, nesse ambiente de desafio, na tentativa de aprender, melhorar, acaba-se esquecendo que o tempo é implacável e não para de correr, rs (para ilustrar, semana passada, jogava com o Bruno Dias no PSXC, nossa partida, que começou mais tarde um pouco, quando demos conta da hora, já eram em torno de 00:30hs, rs, coitado do Bruno, teve que ligar para casa e dizer que iria dormir no clube, por já não ter mais condução para retornar para casa, embora tenha lhe oferecido carona e outras opções de ajuda o que não foi aceito, preferindo mesmo ficar no clube, creio que para também ter acesso aos estudos, informações e partidas disponíveis lá no clube, na tentativa de poder superar nas próximas rodadas, os adversários mais fortes, rs). “Não é uma cachaça”? Claro que é! Mas uma “cachaça” benéfica que nos traz prazeres quase que inigualáveis, que nos manter presos, cativos, atados, vivos e felizes! O xadrez tem essa magia!
Acabei em novembro de 2005 retornando a "cachaça", nessa oportunidade no Campeonato Popular deste ano, e agora federado de PSXC e levando mais a sério, pois tambem disponho que muito mais tempo do que outrora, e propondo a expansão, divulgação e proliferação do xadrez em nosso Estado, da maneira que pudermos!
Que possamos repassar essa “bebida” para as nossas crianças, adolescentes , jovens e idosos, em família, nas ruas, nas praças, onde quer que estejamos, pois certamente irão se tornar dependentes também, e colherão os frutos e benefícios que são acrescidos a aqueles que se envolvem e deixa-se dominar pelas belezas existentes na “Arte de Caissa” que fascina milhões de mortais espalhados pelo mundo inteiro!
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