Ana Paula de Carvalho - anapaula@stampanews.com.br
Existem muitos mitos cercando a terceira idade ou boa idade como se costuma mencionar quem já ultrapassou os 60 anos de idade. Geralmente a velhice está associada à diminuição do ritmo de vida e à doença. Nesta semana, quero mostrar o exemplo de "uma jovem" de 76 anos que demonstra o contrário. É possível se manter ativo e trabalhando mesmo durante a velhice.
De aposentada à empresária da Casa Lilás. Quem observa dona Carmem Gerber Vargas já derruba os mitos de que terceira idade é sinônimo de inatividade e doença. É de se admirar tamanha vitalidade do alto de seus 76 anos de idade. Aposentada e com a vida ganha, ela poderia muito bem se dar ao luxo de curtir a boa idade, mas resolveu continuar ativa. Hoje, mesmo depois de uma queda que a obrigou a andar com apoio da bengala, Carmem se tornou empresária. Foi quando veio para Curitiba depois de morar por anos no interior do Paraná, em 1998. “Surgiu a Casa Lilás, onde sou sócia com minha filha. Faço de tudo, venho aqui todos os dias e gosto mesmo de cuidar do jardim, das ervas medicinais e da horta”, conta. A Casa Lilás, localizada num casarão do século 19, reúne artesanato, gastronomia e cultura num mesmo espaço.Antenada com orkut e messengerUm dos segredos para envelhecer com qualidade de vida é manter a mente arejada. Na Casa Lilás, Carmem interage com os clientes, enquanto em casa, nas horas vagas, o passatempo preferido é jogar xadrez no computador e “teclar” com os netos pelo messenger ou na sua página no orkut. “Aprendi a jogar xadrez pelo computador e converso com meus netos. É preciso se manter ativa, nem que seja através de um hobby”, aconselha.Ativa desde a infância e faculdade aos 38 anos Carmem, que é uma verdadeira enciclopédia viva da história do Paraná, plantou uma árvore junto com o governador Manoel Ribas quando tinha seis anos. E não foi só isso. Em sua infância, percorreu boa parte do Paraná por conta da profissão do pai, que era agrimensor. Enquanto os filhos homens ficavam estudando, ela acompanhava os pais, o que se tornou uma vantagem. “Dormi em acampamento, igreja e escolas por causa das viagens dos meus pais. Não existia nada nesse Paraná, que acabei conhecendo de ponta a ponta”, relembra.Com essa personalidade construída pelo caminho, Carmem voltou à faculdade aos 38 anos e coordenou projetos de assistência social no meio rural do Paraná, onde mais uma vez arregaçou as mangas. “Em Teixeira Soares, não havia luz elétrica e nosso ônibus tinha gerador. O maior sonho daquelas pessoas era assistir o filme “Paixão de Cristo”. Pois trouxemos os filmes do Rio de Janeiro e passamos em várias localidades. Foi emocionante. Até hoje as pessoas se lembram” conta ela, que tem no bom humor provavelmente um dos outros tantos segredos para se manter jovial.
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